O professor de Ética e Filosofia da Unicamp, Roberto Romano faz uma analogia entre a situação política do país e naufrágio do Titanic. Nessa lógica, pode-se dizer que o navio atingiu o iceberg no exato momento que a delação dos irmãos Batista da JBS se tornou pública e colocou no centro das denúncias de corrupção o presidente Michel Temer, o senador afastado Aécio Neves e pessoas ligadas a ele.
Apesar desses protagonistas, todo país está abordo da embarcação. Por exemplo, área do comércio. O economista da Associação Comercial de Campinas, já sente a água entrando.
No setor da construção civil, é como se a boia salva vidas tivesse sido retirada bem na hora que fôlego foi recuperado. Em nota, o sindicato manifestou profunda preocupação diante do risco do agravamento da economia, em um momento em que, em Campinas, por exemplo, o nível de desemprego parecia ter estancado, com um abril com 270 contratações, após sequências de demissões.
No setor Industrial, a pressa por uma solução é relatada pelo diretor regional do Ciesp Campinas, José Nunes Filho.
Com a iminência de que o choque no iceberg tenha ocorrido por falha humana, a dúvida se o comandante mantém a responsabilidade ou abandona o barco, permanece. Para o professor da Unicamp, Roberto Romano – agora deixando a analogia, mesmo que Michel Temer continue como presidente, a situação politica fica insustentável.