Pesquisadores da Unicamp e da Agência de Ciência, Tecnologia e Pesquisa de Cingapura desenvolveram um estudo que identificou biomarcadores associados a complicações neurológicas provocadas pelo Zika Vírus.
Os pesquisadores analisaram amostras sorológicas dos voluntários para responder a três perguntas principais: a primeira se o infectado pelo vírus da Zika apresentava alguma assinatura molecular, ou seja, se o paciente tinha no sistema imune alguma molécula diferente daquelas encontradas no sistema de uma pessoa não infectada. A segunda questão foi se também haveria algum biomarcador especifico nos pacientes adultos que desenvolveram síndrome neurológica, e a terceira pergunta era se os recém-nascidos do grupo que desenvolveram síndrome neurológica apresentavam igualmente uma assinatura molecular particular. Segundo a pesquisa, os três questionamentos tiveram resposta afirmativa.
Para o coordenador do estudo e professor do instituto de biologia da Unicamp, Fábio Trindade Costa, esses dados podem contribuir para que a medicina faça diagnósticos mais seguros sobre o quadro infectado, especialmente em casos mais graves.
O pesquisador José Luiz Proença Modena explica que dependendo do nível dos marcadores, os médicos terão uma indicação sobre o possível agravamento do estado do paciente, o que permitiria uma intervenção precoce. Segundo o professor, até o tratamento e prevenção de outras doenças causadas pelo aedes aegypti, como a microcefalia, podem ser intensificados.
Os pesquisadores da universidade que participaram da investigação integram a rede Zika Unicamp, formada por 29 profissionais da instituição de ensino. Nos Estados Unidos, o levantamento inédito foi publicado em uma das mais importantes revistas científicas do mundo na área de doenças infecciosas.
