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Guia é lançado para auxiliar a inclusão de crianças com deficiências neuromotoras

Criança é atendida na Casa da Criança Paralítica de Campinas

2,3% dos brasileiros têm deficiência motora severa, Segundo o Censo 2010. Estima-se o Brasil registre cerca de 40 mil casos novos de paralisia cerebral por ano. Muitos pais, familiares, educadores e pessoas que se relacionam com os deficientes podem ter dificuldades ao lidar com eles.

Por conta disso, a pesquisadora Jenifer Silva de Souza, Fisioterapeuta do Núcleo de Saúde da Família da Unicamp, e a professora e fonoaudióloga da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Keila Knobel, elaboraram o “Guia Ilustrado para Cuidadores de Crianças com Deficiências Neuromotoras”, destinado a familiares e profissionais que atuam com este público.

Jennifer explica a razão de ela e Keila terem desenvolvido um guia ilustrado. “As vezes só falando fica difícil para o pai ou família de assimilar, sendo ilustrado fica mais fácil de eles assimilarem e de os profissionais darem essas orientações também”.

O guia foi disponibilizado para download gratuito, e traz orientações sobre posicionamentos para cada atividade, com desenhos demonstrando as maneiras indicadas para os pais lidarem com seus filhos. A co-autora do guia, Keila Nobel, ressalta que a ideia é auxiliar na inclusão social das crianças. “Somos 100% a favor da inclusão em qualquer tipo de escola e em todas as atividades de lazer, e um dos objetivos do guia é oferecer pra família essas opções, como levar as crianças, como inserir as crianças na sociedade tanto para aprendizagem quanto para o lazer, e para todo tipo de relacionamento”.

Aos que buscam se qualificar para lidar com este público, é possível obter treinamento gratuito para a função de cuidador de crianças e adultos com deficiência. O Ceprocamp oferece um curso semestral de 240 horas na qualificação de cuidador de pessoas, preparando o aluno a auxiliar na inclusão.

Esta inclusão tem ocorrido de forma satisfatória em boa parte da rede municipal de ensino de Campinas, segundo Lilian Robbe, Coordenadora Técnica da Casa da Criança Paralítica de Campinas. Ela explica que dentre as várias atividades realizadas, a entidade faz o meio de campo entre as escolas e os pais e responsáveis por crianças deficientes, em um projeto chamado “encontro”. “Nosso profissionais fazem o contato, verificam se a escola é acessível ou não, se tem professores de educação especial, a partir daí encaminhamos a criança, a mãe procura a vaga, faz a matrícula, e a equipe vai até a escola oferecer apoio permanente, e assim começa nossa relação”.

Segundo a entidade, a rede municipal de ensino tem colaborado com a inclusão de crianças com deficiência, inclusive contando com cuidadores em algumas unidades. Mas a diretora social e orientadora pedagógica da Casa da Criança Paralítica, Maria Delta, aponta outra barreira. “A maioria das pessoas com deficiência moram afastado e não tem acesso ao transporte adaptado para pegar na residência, e no momento está muito fragilizada essa questão, pois houve cortes, e eles ficam prejudicados pois não têm acesso ao transporte para ir até a escola”.

A Secretaria de Educação informou que as crianças com deficiência são atendidas no trajeto de casa até a escola regular, mas que por conta de um questionamento do MP, teve de deixar de levar as crianças até instituições como a Casa da Criança Paralítica de Campinas. O questionamento do MP teria ocorrido por já haver um serviço de transporte para instituições prestado pelo município, no caso, o Programa de Acessibilidade Inclusiva, o PAI Serviço.

Clique aqui para acessar o Guia Ilustrado para Cuidadores de Crianças com Deficiências Neuromotoras.

Clique aqui para obter mais informações sobre o Curso de Cuidador de Pessoas do Ceprocamp.

 

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