Vinte e seis painéis em preto e branco com imagens de refugiados de inúmeros países da África estão expostos até o dia 19 de abril na Unicamp, em Campinas. A mostra retrata famílias e indivíduos congoleses, angolanos, camaroneses, ganeses e nigerianos que foram amparados pela Casa de Passagem Terra Nova.
O local na capital paulista recebe solicitantes de refúgio e vítimas de tráfico de pessoas e já teve mais de 400 atendimentos, entre crianças e mulheres grávidas. Para a coordenadora interdisciplinar dos centros de pesquisa da Unicamp, Ana Carolina de Moura, a mostra humaniza um dos problemas da atualidade.
A exposição ficou em cartaz no Memorial da América Latina, em São Paulo, e foi trazida para Campinas em uma parceria com a Cátedra Sérgio Vieira de Mello. Coordenadora desse grupo de trabalho sobre os refugiados, a professora do Núcleo de Estudos de População, Rosana Baeninger, fala em um “novo olhar”.
Como exemplo, ela faz uma comparação e cita a vinda dos imigrantes europeus entre os séculos XIX e XX, fenômeno que ficou enraizado na história do Brasil. Dados da ONU mostram que 65 milhões de pessoas foram forçadas a deixar os países de origem. Na proporção, um deslocamento é feito a cada três segundos.
A abertura da exposição contou com a presença do reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, e do secretário de estado de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro. As imagens foram capturadas por Eduardo Tarran e Mário Castello e ficam até o dia 19 de abril no hall do segundo andar da Biblioteca Central César Lattes.