O volume de chuva em Campinas ficou abaixo do esperado de janeiro a abril. Dos 717 milímetros previstos para esse período, só 448 foram registrados. Choveu 268 milímetros a menos no quadrimestre, o que deixa a cidade com 62% do ideal. A situação serve de alerta diante dos níveis de reserva.
O Sistema Cantareira, por exemplo, está atualmente com 50,5% da capacidade. No ano passado, nessa mesma época do ano, chegava à casa dos 65%. A gerente técnica do Consórcio das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, Andrea Borges, diz que o estado é de atenção e deve se manter.
Apesar disso, não vê necessidade de ser alarmista, já que entende que a nova outorga que passou a valer em maio do ano passado garante uma boa vazão. Para a região de Campinas, a outorga do Cantareira garante a média de 10 metros cúbicos por segundo. O volume é o dobro do registrado anteriormente.
A concessão vale por 10 anos, até 2027, e impede ainda que a Sabesp retire para a Grande São Paulo o volume fixado anteriormente de 33 metros cúbicos. Pelas novas regras, com o reservatório em 40%, por exemplo, o limite de retirada cai para 31 metros cúbicos por segundo. Já em 20%, vai para 15.
Por outro lado, a gerente técnica do Consórcio PCJ lembra que o ideal seria que as chuvas ocasionais ocorressem na região das represas do Cantareira. O problema é que o período de estiagem já começou e se estende até meados do segundo semestre. Por isso espera que a próxima época de chuvas seja positiva.
O último verão teve chuva abaixo do esperado na região. Foram 526 milímetros do início de dezembro até 20 de março, segundo o Cepagri da Unicamp. A média histórica para o período é de 688 milímetros. O verão mais crítico foi entre 2014 e 2015, em plena crise hídrica, quando choveu 280 milímetros.