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Piracicaba: Cadeirante agredido em abordagem da PM relata medo de retaliação

O homem cadeirante agredido junto com o filho, em Piracicaba, no dia 1º de abril, falou pela primeira vez. A entrevista com Antônio Marcos Padilha, de 46 anos, foi realizada com exclusividade pela GloboNews.
Foto: Reprodução

O homem cadeirante agredido junto com o filho, em Piracicaba, no dia 1º de abril, falou pela primeira vez. A entrevista com Antônio Marcos Padilha, de 46 anos, foi realizada com exclusividade pela GloboNews.

As imagens das agressões foram divulgadas nas redes sociais. Dois dias após o caso, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou o afastamento dos policiais envolvidos.

A vítima relata que não retornou à rotina e convive com o medo, principalmente, quando o filho, também envolvido no caso, não está em casa.

Antônio contou ainda que, no mesmo dia 1º de abril, depois das agressões, o filho não foi levado direto à delegacia para registro da ocorrência. Segundo ele, os policiais o levaram para uma quadra de esportes, o agrediram e o ameaçaram caso os vídeos viessem a público. Depois levaram o rapaz para o hospital.

O advogado da família José Oscar Silveira Junior também afirma sobre o receio de retaliação.

O caso aconteceu no bairro Cantagalo. Os vídeos foram gravados pelos próprios moradores e mostram policiais militares agindo com violência durante uma abordagem.

Segundo o boletim de ocorrência, a confusão começou quando o jovem se aproximou depois que viu um conhecido ser abordado por policiais da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam). Ele estava em frente à casa em que mora.

De acordo com o relato do rapaz, os policiais pediram para que saísse do local, mas ele questionou a ordem afirmando que ali era um local público. Já na frente da residência, houve uma discussão.

O vídeo mostra o homem levando golpes de cassetete. Em seguida, o homem entra na casa e os policiais vão atrás.

Dentro do imóvel, o pai do homem, que é cadeirante, pede para que a corporação pare e questiona o motivo da abordagem.

Ainda durante a confusão, o cadeirante dá um empurrão em um dos policiais, que reage com um chute e empurra um armário em cima dele.

Em nota, a Ouvidoria da Polícia informou que tomou ciência do caso através de matéria de imprensa e abriu procedimento de Ouvidoria, oficiando a Policia Militar e também o Deinter para que informe sobre as providências que estão tomando sobre o caso. Disse ainda que, até o momento não obteve retorno dessas instâncias.

E que sobre a família não teve contato oficial, mas que pelas imagens veiculadas pela imprensa, nota-se um claro desacordo com os padrões para este tipo de operação. E que por isso solicitou, junto ao pedido de informações, imagens tanto do entorno quanto das COPs (Câmeras Operacionais Portáteis) dos policiais envolvidos no caso.

A Secretaria de Segurança Pública respondeu que o inquérito policial foi instaurado e enviado à Justiça Militar após determinação judicial. No dia 03/04 informou que afastou os policiais envolvidos no caso.

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