A crise política e administrativa continua fazendo vítimas no Guarani Futebol Clube. O presidente bugrino Marcelo Mingone renunciou ao cargo e não é mais presidente do clube. A decisão foi anunciada na manhã deste sábado após reunião com o Conselho Deliberativo.
Além de Mingone, os vices-presidentes José Pedro da Silva Neto, Nelson Sampaio, José Ricardo de Freitas Lucarelli, Aparecido Donizete Serradilha, Francisco Cirino Neto e Marcelo dos Santos também se desligaram do clube. O Presidente do Conselho Deliberativo, Dr. Rodrigo Ferreira, assume provisoriamente.
Em nota oficial, Marcelo Mingone explicou a decisão de renunciar ao cargo.
Campinas, 10 de Novembro de 2012.
“Em respeito à coletividade Bugrina, venho através desta, comunicar minha decisão, que entendo ser necessária diante dos últimos acontecimentos.
Deixo o cargo de Presidente da Diretoria Executiva do Guarani Futebol Clube, nesta data, em caráter irrevogável e irretratável. Gostaria de salientar que aceitei o desafio de ser Presidente entendendo que o meu trabalho poderia ajudar, como de fato aconteceu.
Nestes meses que fiquei a frente da Diretoria do Clube, realizamos feitos importantes para o Guarani:
– Pagamento em dia dos salários de funcionários e atletas. – Pagamento de salários e dívidas em atrasos, para permitir que o Clube funcionasse normalmente. – Pagamentos mensais de R$ 125.000,00 à Justiça do Trabalho – GAEX – de reclamações trabalhistas do passado. – Pagamentos de diversas reclamações trabalhistas decorrentes de dívidas do passado. – Reconquista da confiança de fornecedores e parceiros (hoje, o Guarani tem credibilidade no mercado). – Conquista do Vice Campeonato do Paulista, em meio às dificuldades na montagem de um time competitivo com uma comissão técnica competente e sem a perspectiva financeira positiva. – Reconquista da confiança dentro da Confederação Brasileira de Futebol e da Federação Paulista de Futebol. – Profissionalização dos departamentos internos, contratando profissionais para gerir as áreas administrativas do Guarani. – Busca de recursos e reforma do Centro de Treinamento.
Entre os motivos da minha saída:
– Oposição colhendo assinaturas para uma lista que pedia a minha saída, de forma a inviabilizar e conturbar minha gestão. – Movimento para desacreditar a instituição Guarani. – Oposição, que na verdade precisaria construir, cooperar e criticar, e não agir de forma sistemática, errônea, agindo como uma empresa de demolição. – Injúrias graves, difamações e calúnias contra minha pessoa e demais diretores e funcionários do Clube. – Humilhação por parte do atual Presidente do Conselho, Rodrigo Ferreira, que não me concedia a palavra nas reuniões do conselho, chegando ao absurdo de um conselheiro se indignar com tal atitude.
O Guarani tinha apalavrado com empresas para estampar a sua marca como patrocinador máster durante o ano de 2013, porém houve o recuo destas após tomar conhecimento das listas que a oposição preparava para a minha destituição. Da mesma forma, as inverdades ditas prestaram-se também para inviabilizar outros negócios de grande interesse do Guarani.
Antes de finalizar, gostaria de salientar que o Guarani é uma marca viável, haja vista que existe um projeto, do renomado escritório de arquitetura Primi & Apoloni (documento em anexo), que desperta interesse de empreendedores em adquirir e/ou investir no entorno do Estádio Brinco de Ouro da Princesa (projeto só não executado até então diante de ações de uma oposição que procura nos desmoralizar, atingindo impensadamente a imagem do Guarani). Saliento que nunca foi e nunca será a minha intenção negociar o Estádio do Brinco de Ouro, patrimônio da família Bugrina e da cidade de Campinas, e que jamais deverá ser negociado.
Sempre fui um homem de aceitar desafios, entretanto, saio do Guarani Futebol Clube com o sentimento de dever cumprido, tendo trabalhado todos os dias, doze horas por dia, desde que assumi a presidência. Estarei mesmo que à distância torcendo pelo sucesso do nosso Clube.
Hoje e sempre Guarani”.
Marcelo Mingone.