A música perdida no passado, com texto e edição de Walmir Bortoletto, é uma homenagem a um cantor que faria 79 anos hoje. Uma voz grave, porém suave. No palco, uma classe ímpar. Essas duas características ajudam a ilustrar quem foi Lou Rawls. Os trabalhos de Lou Rawls sempre circularam entre o jazz e o soul. Ele teve uma carreira estável até 1976, quando assinou com a gravadora Filadelfia, conhecida por produzir grandes sucessos da música negra americana. É dessa época “Lady Love”.
“Lady Love” chegou ao vigésimo quarto lugar na parada pop. Na lista de rhythm & blues foi a vigésima primeira colocada. Lançada em 1977, ela é uma das canções mais conhecidas do repertório de Lou Rawls. O artista tinha um estilo clássico e passava uma imagem de muita sobriedade, o que torna ainda mais peculiar o sucesso no final dos anos 70, período dominado pelos exageros da discoteca.
O lado ator de Lou Rawls pode ser conferido em participações especiais em filmes e seriados. Usou a voz também para dar vida a alguns personagens em desenhos. Não esqueceu da responsabilidade social ao criar uma campanha anual para incentivar os afrodescendentes a estudarem. A parte negativa foi o tabagismo. O vício provocou o câncer de pulmão que matou o cantor em janeiro de 2006. Ganhar três vezes o prêmio Grammy como melhor vocalista é um grande feito. Mas ter sido elogiado publicamente por Frank Sinatra é uma conquista pra poucos, e Lou Rawls está nessa seleta lista.