Texto e Edição: Walmir Bortoletto.
Perdida no passado é apenas uma expressão, afinal, essa música é eterna. Até 1978, o americano Bobby Caldwell era um ilustre desconhecido. Cantor e multi-instrumentista, ele tinha uma banda pra tocar rocks fa-mosos em clubes e nos cassinos de Las Vegas. A oportunidade para começar a carreira solo foi dada por uma gravadora conhecida pela ligação com a música negra. Nesse embalo surgiu “What You Won’t do For Love”, que foi escrita em parceria com o guitarrista Alfons Kettner. Essa música não estava programada para sair no primeiro disco de Bobby Caldwell. O problema é que o dono da gravadora queria uma composição marcante para promover o lançamento. Quando Bobby apresentou “What You won’t do For Love”, a decisão foi imediata. Ela seria a música de trabalho e daria nome ao LP. Como estamos falando dos estados unidos e o ano é 1978, seria normal imaginar que essa obra-prima, muito influenciada pelo gênero soul, tivesse sido gravada por um negro. O detalhe é que o Novaiorquino Bobby Caldwell é branco e a gravadora estava preocupada com uma possível rejeição. Foi então que ela resolveu apostar na dúvida e colocou na capa do disco somente a silhueta de Bobby sentado num banco de praça. O sucesso de “What You Won’t do For Love” fez com que Bobby Caldwell fosse convidado a participar de vários programas na TV. E ficou provado que o temor absurdo da gravadora de perder vendas por causa da cor da pele do cantor foi uma grande besteira. O sucesso só aumentou e mostrou que o importante é a música. O compacto de “What You Won’t do For Love” é um item de colecionador. O vinil foi lançado em formato de coração, na cor vermelha e 45 rotações.