O texto e a edição são de Walmir Bortoletto.
Sobre essa Música Perdida no Passado que fez sucesso quando já era tarde demais para o grupo. Formado em 1988, o “Sublime” foi ganhando fama no circuito alternativo da Califórnia, estado com forte presença latina. E a base sonora desse trio americano é o ska, gênero que nasceu no final dos anos 50 na Jamaica ao misturar ritmos caribenhos com o Rhythm & Blues. Sem nenhuma preocupação com fórmulas, o grupo acrescentou pitadas de rock, reggae e até rap. Os shows do “Sublime” ajudaram na formação de fãs leais. Ao gravar o terceiro disco, já com o apoio de uma grande gravadora, a banda experimentou o sucesso comercial, mas não pôde aproveitar. Todas as músicas do “Sublime” que conseguiram se destacar na parada americana foram lançadas em julho de 96, incluindo essa que estamos ouvindo que é “Santeria”. Mesmo com boas vendas e video clipes em alta rotatividade nas emissoras de TV, não havia clima para comemoração. É que poucos dias antes do disco chegar às lojas, o cantor Bradley Nowell morreu após uma overdose de heroína. A tragédia fez com que o empresário anunciasse o fim do grupo. Os dois integrantes da formação original só voltariam a se reunir a partir de 2009 quando encontraram um novo vocalista. Como a marca “Sublime” pertencia ao falecido Bradley Nowell, a família dele entrou na justiça e proibiu o uso desse nome. A partir de então o grupo passou a se chamar “Sublime With Rome” por causa de Rome Ramirez, que assumiu os vocais. Uma das características do “Sublime” é o bom humor. Isso pode ser comprovado em “Santeria”, palavra usada pelo grupo como sinônimo de bruxaria. Outros termos em castelhano servem para contar a história do homem que tenta encontrar a mulher que fugiu com outro. A intenção é bater na mulher e atirar no homem, lembrando sempre que essa violência é tratada de maneira irreverente. E foi abusando das brincadeiras que “Santeria” ganhou um video com contornos de velho oeste. Além do guitarrista e do baterista, outra presença no clipe é a do mascote da banda, um cachorro da raça dálmata que era do cantor Bradley Nowell. Imagens de Bradley envolto numa luz branca foram inseridas como forma de homenageá-lo. O sucesso de “Santeria” fez a gravadora lançá-la num CD single. A máscara que aparece na capa tem a ver com o sincretismo religioso referente ao título da música.