Texto e Edição: Walmir Bortoletto
Com um assobio marcante, a Música Perdida no Passado é um verdadeiro hino para os dançarinos de break. No começo dos anos oitenta, a cidade de Nova Iorque assistiu ao surgimento da dança de rua. Chamada de Break por causa do movimento de requebrar feito pelos garotos, ela se tornou uma febre. Como o Rap ainda dava os primeiros passos, a trilha sonora para os dançarinos podia ser qualquer música, contanto que tivesse uma boa batida. É nesse espaço que se encaixa “Street Dance”. Um cantor e dois dançarinos. Esse era o grupo “Break Machine”, que chegou a fazer muito sucesso com essa música, e não só nos Estados Unidos. Ela alcançou ótimas posições em dezenas de países da Europa. Mas por trás desses garotos havia produtores que buscavam uma nova tendência após o fim da discoteca. Em 1983, quando “Street Dance” foi lançada, a discoteca já era considerada ultrapassada. Assim pensavam também os franceses Jacques Moráli e Henri Belôlo, criadores intelectuais do Village People. Eles se uniram a um arranjador americano e resolveram então apostar na cena Hip Hop que ganhava força em Nova Iorque. O escolhido foi Keith Rodgers, que era D.J. numa rádio e já havia gravado um single. É ele o vocalista do “Break Machine” e co-autor dessa música, juntamente com os mentores do sexteto macho man. O único LP do “Break Machine” chegou às lojas em 84. Ele nunca foi relançado em CD. Para os amantes do vinil, existe uma boa chance de encontrar “Street Dance” em algum sebo, pois ela foi prensada tanto no disco pequeno, como no grande.