O procurador geral da Unicamp, Otacílio Machado Ribeiro, pede que o Batalhão de Ações Especial da Polícia Militar, que atua em Campinas, reveja os procedimentos de abordagem nas ocorrências envolvendo seus policiais e o cidadão comum e que o alto comando do BAEP “expurge do seu quadro o mau policial. O pedido vem seguido de uma revolta depois que um policial, ainda não identificado, do BAEP teria agredido o funcionário da Universidade Estadual de Campinas, Luis Felipe Moreno Ribeiro, filho do procurador. O caso aconteceu na noite do último domingo (6), após o carro do técnico administrativo da Unicamp, uma caminhonete S-250, ter quebrado no Jardim do Trevo quando ele se dirigia para São Paulo em companhia de um amigo.
De acordo com o procurador, um dos policiais da tropa de elite da Polícia Militar deu um tapa no ouvido de Luis Felipe sem que ele tivesse feito nada e com a complacência dos outros policiais que estavam na ocorrência. Deficiente auditivo, o técnico administrativo teve dificuldade para se comunicar com os policiais após ser agredido com um soco no ouvido esquerdo. O policial também teria ofendido Luis Felipe com palavras de cunho racista.
O rapaz foi encaminhado ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp para retirar as partes do aparelho que ficaram adentro do ouvido. Ele também passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) para comprovar a agressão. Desde que foi agredido, Ribeiro está em casa, se recuperando sem poder trabalhar.
O pai da vítima registrou a ocorrência no 2º Distrito Policial e encaminhou uma representação de crime de racismo e agressão ao Ministério Público para apurar a conduta do policial. Otacílio Ribeiro espera que os policiais responsáveis sejam investigados e punidos.
Em nota o chefe do setor de Justiça e Disciplina do 1º BAEP, tenente Mariceli Ribeiro da Silva, informou que foi instaurada uma portaria de investigação preliminar e já se iniciaram as oitivas dos envolvidos e, inclusive os civis, ainda esta semana apresentarão suas versões com detalhes. O prazo inicial para finalização da presente é de dez dias, depois que receber resultado do exame de corpo e delito do lesionado. Além disto, o comando do Batalhão de Atuação Especiais da Polícia Militar informou que conta com um serviço de plantão para casos como este e que a ocorrência já está sob a competência da Polícia Judiciária Militar.