A água, apesar de não ser considerada material de construção civil, é consumida de forma elevada nas obras. Para a confecção de um metro cúbico de concreto, por exemplo, se gasta em média de 160 a 200 litros de água e na compactação de um metro cúbico de aterro, podem ser consumidos até 300 litros de água. Essa realidade levou a administração municipal de Itu, que raciona água desde fevereiro, a determinar que nenhum empreendimento imobiliário habitacional seja aprovado no município pelos próximos 120 dias. Diante da gravidade da situação, a busca de alternativas mais sustentáveis para a construção civil tem se tornado fundamental. O Professor da Escola Politécnica da USP, Francisco Ferreira Cardoso, que faz parte do CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, explica que uma das alternativas é alterar os processos produtivos substituindo a forma de construção por via úmida pela via seca, com utilização de estrutura industrializada, como pré-moldados. A água de reuso é mais uma alternativa. Ela não pode estar na composição da argamassa, por exemplo, por causa de resíduos que interferem na qualidade. Mas, ela pode estar, por exemplo, nas instalações do empreendimento. E quando a obra for entregue aos moradores, o uso do hidrômetro individualizado tem sido uma das formas mais eficazes de reduzir o consumo, explica Francisco. O CBCS vai promover um simpósio sobre o tema no dia 4 de novembro no Teatro do Sesi no prédio da Fiesp na Avenida Paulista, em São Paulo, das 8h às 18h, com inscrições gratuitas.
