A ocupação Vila Soma, e a questão da reintegração de posse, sempre causaram polêmica em Sumaré, dividindo opiniões. Mas, nos bairros no entorno da ocupação, como no Parque Manoel de Vasconcelos, a maioria deseja a saída dos moradores da Vila Soma.

Há quem não tenha nada contra, como esta dona de casa, que ressalta apenas a necessidade de reforço na segurança do bairro. “Tenho minha casa e seria bom que eles também tivessem a deles, não tenho problema quanto à eles morarem próximos a nós, quero apenas que haja segurança para nós”.
Mas a maioria dos entrevistados se disseram contrários à ocupação, e desejam a execução da reintegração de posse. Eles contaram, sob a condição de anonimato, que desde a chegada da Vila Soma, há três anos e meio, a tranquilidade do bairro acabou. “Moro aqui há 8 anos, e desde a chegada deles não temos mais sossego, a sensação é de insegurança, e há muito movimento”, disse uma moradora. “Nós ficamos presos dentro de casa, não podemos mais sair na rua à noite. O bairro não comporta o movimento que tem. Os Correios não querem entregar as coisas. Nosso bairro era um sossego”, conta outro morador. “Não podemos mais conversar com os vizinhos na rua, agora passamos o tempo dentro de casa trancados”, diz outra moradora.

Os moradores afirmam que a ocupação desvalorizou as residências do entorno, e não conseguem vender os imóveis. “Isso desvalorizou muito nosso imóvel, em mais de 30%. Se eu conseguisse vender para ir embora, já teria vendido”, conta um morador.
A reintegração de posse da ocupação Vila Soma estava marcada para a próxima segunda-feira, dia 14 de dezembro. Porém, foi adiada para a terceira semana de janeiro, pois a Policia Militar alegou que não houve tempo hábil para planejar a ação de forma a não colocar em risco a integridade dos envolvidos. Além disso, o Batalhão de Choque não estaria disponível em dezembro para colaborar nas ações.
Os moradores se dividem sobre se acreditam que ela realmente vai ocorrer, e temem a possível violência que a reintegração poderá trazer para a região na data de sua execução.




