Cerca de 300 funcionários da empresa Mabe das unidades de Campinas e Hortolândia decidiram acampar na empresa até que o administrador da recuperação judicial ou até mesmo representantes da multinacional mexicana apresente um plano de pagamento aos funcionários. A falência da empresa foi decretada pela Justiça na última semana depois de três anos em recuperação judicial.
Desde dezembro passado 342 funcionários foram demitidos. A empresa conta hoje com 1,9 mil funcionários nas plantas de Hortolândia e Campinas.
A Mabe suspendeu as atividades no dia 18 de dezembro de 2015 e concedeu férias coletivas, com data de retorno para 18 de janeiro, o que não aconteceu, em virtude de intervenção do Sindicato, uma vez que a empresa não realizou o pagamento das verbas trabalhistas referentes ao 13º salário.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Sidalino Orsi Jr. comenta que a ideia é não permitir que a empresa retire maquinários do local para que possa ser usado como possível fonte de receita.
A empresa possui dívidas de R$ 19,2 milhões com serviços contratados e R$ 4,5 milhões com fornecedores de matérias-primas, além de 2.334 protestos na Comarca de Sumaré.
O presidente do Sindicato classifica como golpe o que a empresa está fazendo
Em nota, a assessoria da Mabe informou que o administrador judicial designado pela Justiça para gerenciar a massa falida da Mabe tem total interesse em receber o Sindicato para discutir o plano de continuidade da falida. No momento, os trabalhadores estão habilitados a receber o FGTS e também o seguro desemprego com o decreto de falência.
A empresa informou ainda em nota que a massa falida não tem receita suficiente para pagar as rescisões. Para gerar essa receita, o administrador judicial já apresentou um plano de continuidade à Justiça. De acordo com o plano, a massa falida passa a fazer parte de uma nova empresa, com seus equipamentos e fábricas. Há também o interesse em recontratar os funcionários para a nova empresa. Com os lucros dessa nova companhia a massa falida pagará as dívidas das rescisões.
Para que o plano de continuidade seja realizado, é imprescindível que o maquinário esteja intacto e em perfeitas condições de operação.