Uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal cumpriu 95 mandados em todo o estado contra fraudes em perícias trabalhistas. Foram alvos da investigação peritos médicos, assistentes técnicos, advogados e representantes de empresas que teriam sido favorecidas. O esquema de corrupção existe desde 2010 e funcionava através do pagamento de propina aos peritos médicos da Justiça do Trabalho.
Segundo o MPF, eles eram cooptados por médicos assistentes que agiam em nome de escritórios de advocacia contratados por grandes empresas. A rede criminosa atuava principalmente na região dos TRTs 15 e 2 e alguns suspeitos chegavam a tratar dos pagamentos com naturalidade. Ao todo, três mandados de prisão preventiva, 52 de busca a apreensão e 40 de condução coercitiva foram expedidos para 20 cidades paulistas.
Entre os convocados, estão dois advogados de Campinas e um de Bragança Paulista, que prestaram depoimento à Polícia Federal. Segundo o representante da OAB São Paulo, Antônio Carlos Chiminazzo, os três foram ao local sem a necessidade de condução pelos agentes. Entre os crimes que seriam cometidos pelos suspeitos estão corrupção de perito judicial, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro. Ao todo, os agentes se espalharam por diversas cidades. Entre elas, Campinas e outras localidades da região, como Jaguariúna, Sumaré e Paulínia.
Em nota, o TRT da 15ª Região, sediado em Campinas, alegou que é o principal interessado na apuração e no esclarecimento dos fatos. De acordo com o Tribunal, o esquema investigado é “prejudicial ao Poder Judiciário Trabalhista” e aos jurisdicionados. Por fim, ainda diz “que os peritos judiciais são profissionais autônomos e não pertencem ao quadro dos Tribunais Regionais do Trabalho”.
