Quatro dias depois do incêndio de grandes proporções que atingiu um quarteirão no centro de Campinas, o trabalho é intenso para os comerciantes da região. A remoção dos escombros começou nos imóveis mais atingidos pelo fogo, principalmente nas lojas de peças automotivas Doidão e Brasilcar. Na primeira, homens estavam do lado de dentro em meio às estruturas retorcidas e ao telhado caído. Na outra, a calçada da Avenida Benjamin Constant continua isolada. A limpeza da área pode ser fundamental para a conclusão da perícia, já que técnicos e engenheiros não conseguiram acessar alguns locais.
Enquanto isso, quem foi menos afetado pelas chamas se esforça ao máximo para tentar se adaptar à situação e retomar a rotina e o funcionamento. O estacionamento de Paulo Roberto Souto, por exemplo, fica na Rua Bernardino de Campos e abriu as portas para receber carros normalmente. Ele conta que a parede dos fundos foi quebrada para facilitar o trabalho dos Bombeiros, mas que o maior estrago foi no quarto dele, que fica no mesmo terreno.
Localizado na Rua Onze de Agosto, o café de Ivan Camargo fica ao lado de outro estacionamento. Ele também já atende normalmente os clientes. Mesmo assim, reconhece o sentimento de tristeza pela perda material do imóvel vizinho, que permanece fechado e sem previsão de prazo para reabertura. Na Saldanha Marinho, em uma loja de equipamentos de som que não teve grandes danos na estrutura de alvenaria, os produtos eram guardados. Ocupado com caixas e a desmontagem de estantes, o proprietário não quis gravar entrevista, mas disse à reportagem que se mudaria para outro espaço.