Na época do cinema mudo Charlie Chaplin demonstrava os sentimentos através de gestos e expressões faciais. Quando o som pôde finalmente ser ouvido, ele acrescentou a música. O Londrino Charles Spencer Chaplin de 1889, quando criança participou de uma trupe de dança e também de uma companhia de comédia que se apresentavam sempre acompanhados de música ao vivo. A experiência foi importante porque ele começou a brincar com instrumentos e a perceber o poder que uma composição poderia ter ao embalar uma cena. Mais tarde, quando já estava na indústria cinematográfica, Chaplin escolhia as músicas que eram tocadas pela orquestra na sala de cinema durante a exibição.
Quando o som chegou ao cinema, no final da década de 20, Chaplin ampliou o seu currículo com mais uma habilidade. Além de atuar, dirigir, produzir e fazer o roteiro, ele também começou a compor a trilha dos filmes. Embora tivesse aprendido um pouco de piano e violino, Charlie Chaplin não tinha conhecimento teórico, e precisava assobiar ou cantarolar a melodia para que regente e músicos o ajudassem a colocar a ideia no papel.
A primeira trilha sonora feita por Charlie Chaplin foi para Luzes Da Cidade, de 1931. O resultado o deixou tão satisfeito que ele não parou mais, e compôs até para filmes lançados antes do som chegar ao cinema, casos de O Circo, Em Busca Do Ouro e do clássico O Garoto. Todos tiveram as músicas incluídas anos depois do lançamento.
Charlie Chaplin produziu quase 80 filmes, e entre os seus personagens o que ficou na memória o tempo é o adorável vagabundo Carlitos. Com o seu chapéu coco, bigode curto, sapatos grandes e a bengala de bambu, que mesmo diante das dificuldades de vida sempre lutava para manter a dignidade e o bom humor.
Charlie Chaplin que morreu em 1977 acompanhou a evolução tecnológica do cinema mudo para o falado e soube com maestria usar a trilha sonora em seus filmes.
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Produção:
Walmir Bortoletto
Edição:
Paulo Girardi