Com parte da estrutura interditada desde janeiro de 2015, a Unidade de Urgência e Emergência Referenciada do Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas, tem espaço reduzido e áreas improvisadas para pacientes. Além de salas pequenas para o atendimento de urgência e emergência adulto, a pediatria funciona em diversas tendas montadas em um dos setores.
Um contêiner com cadeiras é usado como recepção do lado de fora. Sidnei Barros aguardou a esposa no local, já que uma faixa em frente ao PS informa sobre a proibição da permanência de pessoas em uma das entradas. Ele reclama e pede alguma solução definitiva e mais organizada. Os nomes dos pacientes que aguardam no contêiner são anunciados por um sistema de som.
Mas para quem não necessita de atendimento e só acompanha algum familiar, a saída mais fácil é ficar na parte externa. Com a via em frente à unidade ladeada por carros, cones e faixas de isolamento, Inera Aparecida escolheu o lado oposto da rua para esperar. Ela diz que a demora não é grande, mas também pede mais espaço.
Na época da interdição para os trabalhos, em meados de janeiro de 2015, a previsão era de que a liberação aconteceria em maio daquele ano. Em abril, porém, passou para outubro e os contêineres foram instalados. O motivo da obra foi atribuído à readequação do fluxo e à criação de uma área de isolamento para pacientes com suspeita de ebola, assim como infectados pelos vírus influenza H5N1 e H7, relacionados à gripe aviária.
Atualmente, um tapume pode ser visto do lado de fora, exatamente na fachada onde fica o letreiro da unidade. Procurada, a assessoria do HC informou que a conclusão da obra depende de uma reforma na radioterapia. O setor fica próximo ao PS e vai passar por uma remodelação devido à troca de um equipamento de alta complexidade. A substituição, no entanto, depende da abertura de uma licitação e por isso não há prazo definido.
A estimativa é que os dois trabalhos sejam terminados ao mesmo tempo. Enquanto isso, o hospital diz que a média de atendimento está 20% abaixo do habitual por conta da interdição em parte da estrutura do pronto-socorro. A instituição alega ainda que o contrato junto ao SUS é para atendimento referenciado – ou seja, de urgência e emergência. Por isso, orienta para que casos mais simples de atendimento não sejam encaminhados para o HC.