Campinas teve 17 mortes no trânsito em julho, uma a mais que o registrado no mesmo mês de 2016. As vítimas, 14 homens e três mulheres, fazem parte de uma estatística que comprova o avanço da violência em todos os tipos de via. O número é o maior da Região Metropolitana. Mas além da letalidade, o balanço do Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo ainda serve de alerta, já que os acidentes também geram custos para a saúde.
O Chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital da PUC-Campinas, Carlos Mattos, define o volume de ocorrências diárias como uma epidemia. Para ele, a situação representa o caos para a rede pública porque compromete todo o atendimento. Como exemplo, faz um cálculo e estima que os procedimentos feitos em um acidentado com traumas graves equivalem a 10 cirurgias eletivas. Por fim, lamenta que nem sempre isso representa a recuperação total, física ou motora.
As colisões, os capotamentos e os atropelamentos em ruas, rodovias e avenidas envolvem principalmente homens, quase 86%, e jovens de 18 a 29 anos, 24,2%. Quase metade das ocorrências, 49,6%, acontece às sextas, sábados e domingos. Os dados também são do Infosiga e comprovam a relação entre a irresponsabilidade e o consumo excessivo de álcool, casos que resultam em acidentes fatais registrados como homicídios culposos ou até mesmo dolosos.
Para o advogado criminalista e professor de Direito Penal da Esamc, Danilo Campagnollo Bueno, a diminuição de acidentes fatais ou com múltiplas vítimas não depende somente das punições administrativas, como a perda da CNH. Na opinião dele, as leis de trânsito tendem a causar mais receio entre aqueles que se sujeitam a conduzir um veículo sob efeito de bebidas alcoólicas e por isso pede mais rigor. Por outro lado, defende o combate maior à impunidade.
Além de Campinas, oito das 20 cidades da Região Metropolitana de Campinas tiveram aumento no número de mortes no trânsito. Em toda a região foram, 44 óbitos nos 31 dias do mês de julho, contra 39 no mesmo período de 2016.
