O Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas, é pioneiro no uso de duas técnicas precisas para a extração de tumores de nariz e boca. Um dos procedimentos é menos invasivo e oferece recuperação pós-operatória mais rápida. O outro, além de durar menos, tem menor extensão.
As cirurgias são menos agressivas porque o acesso às áreas atingidas é mais fácil e os instrumentos utilizados são mais longos e delicados. Quem explica é o professor da Faculdade de Ciências Médicas, otorrinolaringologista e cirurgião de cabeça e pescoço, Carlos Chone.
No caso dos tumores nasais, por exemplo, diz que a nova prática permite e visualização completa por câmera e evita a abertura do crânio. A abordagem dessa técnica envolve as áreas de oncologia, radioterapia e neurocirurgia. A retirada dos tumores é indolor e sem cortes externos. O pós-operatório também é mais rápido que o convencional, mas poucos hospitais do País adotaram esse procedimento. No HC, o número chega a 12.
No câncer de boca, a cirurgia passou a ser feita a partir de uma pesquisa desenvolvida na própria unidade e teve resultado em centenas de pacientes. Se antes a retirada de todos os gânglios do pescoço era necessária, a nova forma de extração inclui a injeção de um produto radioativo ao redor do tumor.
O cirurgião Carlos Chone diz que assim as células malignas são identificadas. Com isso, não é preciso dissecar de maneira agressiva os nervos do pescoço. No tratamento clássico, é feito um corte de grandes proporções para a retirada dos gânglios. Neste novo, é feito um pequeno corte, de no máximo 5 cm. Cerca de 30% dos pacientes da técnica convencional sentem dores e dificuldade de movimentação. Na nova prática, a alta pode ser recebida no dia seguinte.