A greve continua no Hospital Ouro Verde, em Campinas, mesmo após a audiência entre o sindicato dos funcionários, a administradora e a Prefeitura. No segundo dia da paralisação, a sala de espera, que costuma ficar lotada, permaneceu vazia. O local segue atendendo somente urgências e emergências.
Quem era informado sobre a restrição se via obrigado a buscar outro hospital. A situação causou irritação, como conta um morador que não quis se identificar. O movimento grevista acontece devido ao atraso no pagamento dos salários e à falta de materiais básicos, problemas causados pela crise financeira na unidade.
Sem muitos pacientes, as cadeiras da recepção foram removidas e os trabalhadores da limpeza aproveitaram a situação para iniciar uma faxina. Luis Fabiano só conseguiu que o filho com necessidades especiais e com o pulso torcido fosse recebido e medicado depois de conversar com as atendentes.
A continuidade da paralisação foi decidida por unanimidade em assembleia dos trabalhadores logo após a audiência entre as partes, realizada na segunda-feira. De acordo com o Sindicato dos Médicos, nada de efetivo foi oferecido como solução na reunião intermediada pelo Ministério Público do Trabalho, o MPT. No encontro, o Executivo da cidade se comprometeu a avaliar a possibilidade de adiantamento de um total de R$ 5 milhões à Organização Social Vitale Saúde.
O pedido foi feito pela própria administradora do hospital, com o objetivo de quitar as verbas trabalhistas pendentes dos funcionários e outras dívidas. Segundo a Vitale, R$ 4 milhões serviriam para o acerto de salários. O montante de R$ 1 milhão seria destinado para a compra de materiais e medicamentos.
O Executivo deve responder até a próxima quinta. Mas o prefeito, Jonas Donizette, cobra que o dinheiro seja usado diretamente para encerrar a greve. Enquanto uma solução não é apresentada para finalizar o impasse, a paralisação de médicos e outros funcionários deve continuar por tempo indeterminado.
