Os promotores do Ministério Público de Campinas devem investigar um possível superfaturamento de serviços e medicamentos no Hospital Ouro Verde em Campinas. Além disso, estão previsas novas operações coordenadas pelo Gaeco que podem, inclusive, chegar a outros servidores públicos.
As informações foram passadas na tarde desta quinta-feira, na sede do Ministério Público, onde os promotores concederam uma entrevista coletiva a respeito da primeira fase da Operação Ouro Verde,que teve a finalidade de desarticular um grupo criminoso que desvia recursos públicos da área da saúde.
Durante a investigação, apurou-se que um grupo por trás da Organização Social Vitale, que administra o Hospital Ouro Verde, utiliza a entidade sem fins lucrativos para obter indevida vantagem patrimonial.
Ao todo foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e seis de prisão em oito cidades do estado de São Paulo. Cinco pessoas foram presas e o sexto alvo de mandado de prisão, na capital paulista, já sinalizou que vai se apresentar.
Em Campinas a polícia prendeu o empresário Fernando Vitor Torres Nogueira Franco, ex-diretor técnico da Vitale, Na casa dele, em um condomínio fechado de alto padrão, foram apreendidos documentos e computadores, e dois carros de luxo. A prisão dele é temporária por 5 dias.
Os policiais cumpriram também mandados de busca e apreensão na prefeitura de Campinas e no próprio Hospital Ouro Verde.
Ainda no município os policiais do Baep cumpriram mandados de busca e apreensão nas casas de Gustavo Kathar Godoy e Ramon Luciano Silva, onde recolheram documentos para investigar a possível participação deles no esquema.
Já na casa do servidor público e diretor do Departamento de Contas da secretaria municipal de Saúde, Anésio Corat Júnior, foram apreendidos R$ 1,2 milhão em espécie, dentro de caixas de sapato. Aos policiais, ele explicou que o dinheiro era proveniente de parte de uma venda de uma fazenda da família.
O promotor Daniel Zulian explicou que não poderia passar detalhes da função de cada um no suposto esquema mas que outras pessoas podem estar envolvidas
De acor com informações do MP, em pouco mais de um ano de contrato com a prefeitura de Campinas, teriam sido desviados R$ 4 milhões. Uma das formas era através de falsas consultorias. A empresa recebia mas não prestava o serviço, como explicou Zulian
Ainda segundo o promotor do Ministério Público, já ha indícios de superfaturamento de serviços e medicamentos no Hospital Ouro Verde
O promotor do MP, José Cláudio Tadeu Baglio comentou a respeito da participação das Organizações Sociais também na área da educação em alguns municípios. Segundo ele, organizações criminosas estão usando as OSs com o objetivo de lesar os cofres públicos
A prefeitura de Campinas informou que colabora com as investigações e que vais tomar todas as providências cabíveis. Na tarde desta quinta-feira, o prefeito Jonas Donizette anunciou que vai rescindir o contrato com a Vitale. Ninguém da Vitale foi encontrado para comentar o assunto.