Ainda que vistas com menor frequência, a decoração natalina e a troca de presentes são exemplos de símbolos inalterados em uma data que passa por cada vez mais mudanças e transformações, principalmente nos últimos anos. Para o teólogo e professor de antropologia e sociologia da Mackenzie Campinas, Ricardo Nunes, como o Natal é uma celebração cristã antiga, é inevitável que algumas adaptações ocorram na forma como a festa é comemorada no País.
Além da questão econômica, que altera anualmente a expectativa de clientes e comerciantes sobre compras e vendas, ele lembra que até mesmo a religião e a fé são suscetíveis e estão sujeitas às variações tão comuns no meio cultural. O contexto social também influencia na constante mudança dos referenciais e padrões de cada indivíduo. Um exemplo é o costume de passar a virada do dia 24 para o dia 25 junto aos familiares, algo que muita gente já deixou de fazer.
A prova disso é que muitos passam com amigos, ou celebram a data em restaurantes e viagens. Ainda assim, o professor Ricardo Nunes não acredita que essa nova realidade altere por completo o motivo e o significado da data. Para ele, símbolos como a árvore de Natal, a ceia e até o Papai Noel são outros indícios de costumes que continuam firmes e que ajudam a manter as pessoas focadas no verdadeiro sentido do Natal: a confraternização e a união.