Deputado e lobista discutem projeto de saúde em grampo

Duas conversas interceptadas na investigação sobre desvio de verbas no Hospital Ouro Verde, em Campinas, mostram a relação entre o deputado federal Luiz Lauro Filho, do PSB, e um dos presos na operação do Ministério Público. Em uma das ligações, Fernando Vitor, apontado como lobista da Organização Social Vitale, é apresentado pelo parlamentar ao prefeito de Severínia, Celso da Silva, também do PSB. A cidade de 15 mil habitantes fica na região de Barretos.

No diálogo, Luiz Lauro se refere a Fernando Vitor como “irmão” e fala sobre projetos para a saúde do município. Pouco antes de passar o telefone ao colega de partido, os dois falam sobre pontos específicos e detalhes do atendimento. Eles falam sobre os trâmites para uma possível aprovação no Legislativo.

Feita no dia 17 de maio, a chamada acontece após uma visita do lobista a Severínia. Ele pede desculpa ao prefeito por não saber da relação com Luiz Lauro Filho. Uma reunião é marcada entre Celso da Silva e Fernando Vitor, que afirma ter uma lista com as cidades que possuem gestão em saúde. Por fim, o lobista e o parlamentar combinam uma forma de identificar quais prefeitos são amigos.

Em outra interceptação, no dia 8 de junho, o deputado federal do PSB e o investigado combinam um encontro. Fernando pede ajuda sobre o tio do político. Luiz Lauro é sobrinho do prefeito de Campinas, Jonas Donizette. Os áudios foram gravados na linha telefônica de Fernando Vitor com autorização da Justiça.

Segundo o Ministério Público, o deputado federal Luiz Lauro Filho não é investigado. O político do PSB conta com foro privilegiado. Em nota, ele afirma que a cidade de Severínia tem dificuldades na Saúde e que o diálogo aconteceu num momento em que as informações sinalizavam que a Vitale apresentava uma boa administração no Ouro Verde, em Campinas.

Além disso, alega que é comum que gestores municipais procurem por referências em gestão na Saúde para que possam aprimorar os serviços e que apenas apresenta um desses modelos que poderia servir como referência. Por fim, diz que não é investigado e que o áudio é suficiente para demonstrar que não houve compromisso firmado, já que Severínia não possui contrato com a OS. A Prefeitura de Severínia foi procurada, mas não enviou resposta.

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