Ocupados desde 2016, os quatro prédios inacabados no Jardim Itayu, em Campinas, possuem ligações clandestinas de energia que expõem os moradores a riscos. A falta de segurança é reconhecida pelos próprios ocupantes, que não gravaram entrevista, mas afirmaram que a preocupação se dá pelos chamados “gatos”.
Representantes das lideranças não foram encontrados pela reportagem para comentar as condições das estruturas internas e externas das construções. Acessado pela Rua Itapemirim, que fica na região do Carlos Lourenço, o local tem ruas íngremes de terra e abriga atualmente 120 famílias, número confirmado pela Prefeitura.
A área ocupada conta com uma portaria mantida pelo próprio grupo. A movimentação de carros é intensa e o entra e sai de pedestres é constante por um dos portões. A reportagem não foi autorizada a entrar na ocupação. Do lado de fora, é possível notar que as janelas dos apartamentos são fechadas por tapumes de madeira.
Questionado sobre o risco de incêndio e desabamento a exemplo do ocorrido em São Paulo, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette, diz que a situação é monitorada nessa e em outras duas ocupações no município.
O espaço no Jardim Itayu foi invadido em abril de 2016. Naquele ano, em setembro, o grupo de moradores fez um protesto pedindo uma solução ao Executivo. Na época, a possibilidade de negociação das moradias só foi aceita pelo dono da área desde que as famílias desocupassem os apartamentos imediatamente.
O pedido de reintegração de posse já foi feito, mas nenhuma data foi estipulada para o cumprimento, a exemplo do Hotel São Francisco, que fica no centro da cidade.
