O reitor da Universidade Estadual de Campinas, Marcelo Knobel, reconhece que a greve dos funcionários técnico-administrativos causa reflexos no funcionamento da instituição, mas espera uma solução rápida para a situação.
Ele diz que as realidades financeiras de Unicamp, USP e Unesp já foram apresentadas e detalhadas ao sindicato dos trabalhadores pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas e que o momento é de crise.
A paralisação começou no dia 22 após a falta de acordo entre os trabalhadores e os reitores das instituições, mas Knobel alega que poucos setores são afetados pelo movimento e que os serviços essenciais da área da saúde estão mantidos.
No início da greve, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, João Raimundo de Souza, disse que a proposta do conselho de reitores foi considerada absurda porque não houve recomposição nos últimos três anos.
Enquanto a reivindicação da categoria é por 12,6% de aumento nos vencimentos mensais com base na inflação e nas perdas salariais acumuladas ao longo desses períodos, a oferta máxima do Cruesp foi de 1,5% para as três instituições.
O reitor da Unicamp, por outro lado, argumenta que os números mostrados na última reunião comprovam que o aumento salarial não é o ideal. Ele afirma que a universidade, por exemplo, opera com déficit de R$ 240 milhões em 2018.
Definindo o índice oferecido como um “esforço máximo”, reconhece a defasagem salarial dos funcionários, mas rebate os argumentos do STU de que não há recomposição de trabalhadores devido ao contingenciamento.
O reitor Marcelo Knobel afirma ainda que somente na Unicamp o índice de 1,5% representaria R$ 26,5 milhões ao ano e que a reserva técnica atual está em R$ 500 milhões. Com o déficit deste ano, porém, deve cair para R$ 260 milhões.