A reitoria da Unicamp foi ocupada na noite desta terça-feira por um grupo de trabalhadores em greve, que passaram a noite no prédio. O protesto ocorreu após o encerramento de uma reunião para uma tentativa de negociação que terminou sem acordo. A Diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), Margarida Barbosa, alega que a reitoria teria enviado um representante sem autoridade para negociar com os trabalhadores e, por isso, 13 grevistas permaneceram no local à espera da retomada das negociações.
Já, de acordo com o Reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, a Chefia de Gabinete recebeu representantes do sindicato para essa reunião, mas como não houve acordo, os representantes do sindicato teriam se recusado a deixar o prédio da reitoria. O reitor informou que mantém a oferta de aumento para R$ 950 no vale alimentação, além de 1,5% de reajuste salarial proposto pelo Cruesp, que constituem o esforço possível diante de um déficit previsto na universidade de R$ 240 milhões em 2018.
Os funcionários da Unicamp reivindicam um aumento de 12,6% nos salários, mas informaram estarem abertos a novas propostas. Para isso pedem a retomada na negociação. O grupo de grevistas promete permanecer no prédio até que o reitor retome pessoalmente a negociação. No entanto, Marcelo Knobel afirma que não negocia mediante ameaça.
Os trabalhadores não impediram a entrada dos funcionários na reitoria, onde houve expediente. Na manhã desta quarta-feira, outro grupo de grevistas realizou um protesto com faixas e cartazes durante a solenidade de posse do novo diretor da Faculdade de Ciências Médica da Unicamp, onde estava presente o reitor da universidade. A Unicamp tem aproximadamente 8,5 mil funcionários. Os professores não estão em greve. A mobilização provoca reflexos em bibliotecas, laboratórios e creches.