Campinas arrecadou R$ 1,232 bilhão com impostos, taxas e contribuições no primeiro semestre e os moradores são unânimes ao avaliar se o montante pago é justo e se resultou em retorno visível para toda a população.
O tom de descrença e desconfiança é alto diante do balanço divulgado pela Pasta Municipal de Finanças, que coloca o Imposto Predial Territorial Urbano no topo da lista das maiores fatias arrecadadas: R$ 469 milhões em seis meses.
O resultado do IPTU nesse período foi registrado depois da entrada em vigor da nova Planta Genérica de Valores em 2018. Conforme as contas da Prefeitura, somente no mês de junho o imposto gerou uma receita de R$ 45,7 milhões.
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, pago por empresas e prestadores autônomos, atingiu cerca de R$ 442 milhões de janeiro a junho. O ITBI, o tributo sobre a transferência de imóveis, chegou a R$ 79 milhões.
Para o professor de Direito Tributário da Universidade Presbiterana Mackenzie Campinas, Nelson de Freitas Porfírio, o problema é que a falta de qualidade nos serviços do estado é sentida principalmente pelos mais pobres.
Outro fator é a incidência de outros tributos em produtos do cotidiano dos brasileiros. No caso do arroz, representa 17,24% do preço. No café, 16,52%. E ainda tem as contas mensais. A de energia elétrica, por exemplo, tem 48,28%.
Além de divulgar o total arrecadado nos primeiros seis meses do ano, a Secretaria de Finanças também divulgou as projeções até dezembro. A expectativa é atingir a marca de R$ 1,094 bilhão até o fim de 2018.
No IPTU, mais R$ 340 milhões devem ser arrecadados até o final do ano para chegar à meta de R$ 810 milhões. No ISSQN, mais R$ 423 milhões, atingindo a marca de R$ 856 milhões. Já no ITBI, a estimativa é de atingir R$ 146 milhões.