Primeira Infância – A necessidade de uma família acolhedora

Foto: Arquivo

A definição de Silvia Helena de Oliveira sobre a experiência de acolher temporariamente crianças que sofreram violência ou violação de direitos vai além do altruísmo. Depois de criar os filhos, ela já cuidou, se responsabilizou e se entregou 24 horas por dia ao amor de três meninas, duas de 7 e uma de 4 anos, e afirma não querer parar.

Atualmente, ela e o marido oferecem abrigo, alimentam, educam e, claro, aprendem, com uma menina de 10 anos. As dificuldades existem, mas eles não se importam. Mas o compromisso de receber uma criança afastada da família de origem não se restringe a lares com duas ou mais pessoas, ou de casais e indivíduos que já criaram os filhos.

Denise Foratto é solteira e nunca engravidou. Ela explica que a decisão de ser mãe por um período foi um desafio pessoal. No fim das contas, também resultou em aprendizado. Para ela, além de amparar e estabilizar uma situação de desequilíbrio na formação de um ser humano, a proposta é gratificante porque também prepara a criança para o retorno.

Isso porque o Programa Família Acolhedora da Casa da Criança e do Adolescente de Valinhos, do qual ela e Silvia fazem parte, acompanha todos os envolvidos. A coordenadora do projeto, Silvana Mara Miranda, diz que a intenção não é só tirar o menor da situação de risco, mas também reestruturar e restabelecer os laços familiares.

O trabalho é feito por uma equipe psicossocial, que fica disponível o tempo todo para os acolhedores e os atendidos, mas que também ouve e prepara a família de origem. O período de acolhimento varia de seis meses a dois anos após o afastamento determinado pelo juiz da Infância e da Juventude. A medida serve para garantir o direito da criança.

O objetivo, segundo a coordenadora, é permitir que os menores possam retomar o próprio desenvolvimento, diminuindo os impactos da violência sofrida anteriormente. A faixa etária atendida é de 0 a 18 anos. O programa funciona desde 2015. Atualmente, possui sete famílias acolhedoras cadastradas e quatro crianças em atendimento.

Mesmo após o retorno ao lar original, o serviço continua. E, quando a família de origem permite, o contato entre a criança e os acolhedores também é autorizado. Foi o que aconteceu com Silvana, que agora acompanha o crescimento de duas irmãs e possui amizade com os pais delas. A sensação, segundo ela, é de dever cumprido.

As marcas da atenção e do carinho ficam para sempre. É o que diz uma das meninas atendidas, que foi acolhida por um ano e dois meses e hoje vive com os pais biológicos. Para a criança de 10 anos, tudo mudou e agora ela já consegue se concentrar no que precisa: brincar, estudar e pensar na vida que tem pela frente.

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