Um grupo formado por 10 vereadores de Campinas concedeu uma entrevista coletiva na sexta-feira, no plenário da Câmara, para informar que devem se posicionar, nos próximos dias, com relação às denúncias de desvio de verbas no Hospital Ouro Verde. A reunião ocorreu um dia depois da 3º fase da Operação Ouro Verde, deflagrada pelo Ministério Público.
Na quinta-feira (22), o vereador Marcelo Silva (PSD) protocolou requerimento com pedido de abertura de uma CP (Comissão Processante) contra o prefeito Jonas Donizette (PSB).
A Procuradoria Geral de Justiça investiga o prefeito de Campinas após ele ter sido citado por empresários, em escutas telefônicas gravadas pelo Ministério Público, sobre supostas negociações para beneficiar a Organização Social Vitale. Jonas Donizette já negou favorecimento à OS e disse que “repudia uso indevido de seu nome”.
De acordo com informações do vereador Gilberto Vermelho (PSDB), eles vão analisar os documentos e decidirem se votam ou não o requerimento. Segundo ele a CP é prioridade no legislativo
Em fevereiro desse ano, a base de Jonas na Câmara já barrou um pedido de abertura de CP contra ele. Na ocasião, todos os 33 vereadores estavam no plenário e 24 deles votaram pela rejeição, enquanto oito foram favoráveis. O presidente não vota.
Para que uma CP seja instaurada é necessário que mais da metade dos vereadores estejam presentes, ou seja, caso todos os 32 votantes estejam presentes, serão necessários 17 votos. Caso haja 20 vereadores, será preciso 11 e assim por diante.
Agora, a possibilidade se torna mais real, já que, com os oito votos de vereadores da última tentativa mais a possível adesão do grupo que fez o pronunciamento na sexta-feira, o grupo poderia conseguir até 18 votos favoráveis.
Para o vereador Zé Carlos (PSB), não cabe mais ao legislativo um pedido de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) uma vez que o Ministério Público já investiga o caso e tem todas as documentações. Ele também comentou que seria um retrabalho gerar um relatório ao MP.
Durante a coletiva à imprensa, eles também entregaram uma Nota à População de Campinas. No texto, reforçam a necessidade de análise do documento do Ministério Público com as denúncias e se solidarizam com os vereadores Marcelo Silva, Tenente Santini (PSD) e Pedro Tourinho (PT), citados pelo diretor-presidente do grupo RAC (Rede Anhanguera de Comunicação), Sylvino de Godoy e que pedia ao chefe de reportagem uma devassa na vida dos três já que, segundo ele, estavam fazendo duras críticas ao jornal.
