O rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho na última sexta-feira deixou ao menos 60 mortos, centenas de desaparecidos e dezenas de feridos em Minas Gerais. O mar de lama destruiu casas e a vegetação da região.
Desde então, diversos questionamentos sobre as medidas de segurança nas barragens são feitos: seria possível evitar? O que causou o rompimento?
Segundo o professor da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, Creso Peixoto, um dispositivo instalado nas barragens é capaz de medir a pressão da água que, se apresentar alterações, pode prever o rompimento.
De acordo com ele, profissionais brasileiros não consideram a importância do aparelho, que acaba inutilizado.
Uma medida que obrigaria as empresas a manterem a gestão das barragens em dia, seria a transparência: planilhas com as condições das barragens disponíveis para a população, e não somente dos locais onde a tragédia já aconteceu, mas em todo o país.
Aqui na região de Campinas, as obras de construção das represas de Amparo e Pedreira começaram a sair do papel há cerca de 10 dias. As barragens são implantadas nos rios Camanducaia e Jaguari.
O objetivo é garantir segurança hídrica para uma população estimada em 2,4 milhões de habitantes da região, que hoje dependem do Sistema Cantareira.
Para o professor Creso, as barragens podem ser seguras, desde que a gestão seja feita corretamente.
O investimento do governo estadual nas barragens da região de Campinas é de R$ 256 milhões, sendo R$ 231 milhões na construção e R$ 25 milhões na desapropriação da área do lago.
Pelo contrato assinado com o consorcio vencedor da licitação a obra deverá ser concluída em 28 meses.