O ataque que matou 50 pessoas em duas mesquitas na Nova Zelândia e o aumento recente das ameaças e da propagação de conteúdo islamofóbico pelo mundo elevam o medo entre a comunidade muçulmana de Campinas.
O panorama é o mesmo por todo o Brasil, segundo o presidente da sociedade islâmica da cidade, professor Mohamed Habib. Ainda assim, não motivam, por enquanto, qualquer medida prática mais drástica em níveis de segurança.
Para Habib, o que falta é mais esclarecimento e educação sobre o que o Islã prega e cultua. Na opinião dele, a visão que todos os seguidores do Alcorão são perigosos ou terroristas se baseia no preconceito e ignora vários contextos.
Sobre o surgimento de grupos extremistas principalmente no Oriente Médio, cita as disputas históricas entre etnias e o cenário geopolítico composto nas últimas décadas e no qual as grandes potências possuem influência direta.
Apesar do momento de receio entre os muçulmanos, o professor nega que a realidade no Brasil seja idêntica a de outros países. Por outro lado, vê que a falta de informação contribui para o aumento da tensão e da segregação no País.
Segundo o presidente da Sociedade Islâmica de Campinas, cerca de 80 famílias muçulmanas vivem na região metropolitana atualmente. No território nacional, conforme organizações islâmicas, o número de praticantes chega a 1,5 milhão.