Se você só conhece essas músicas de James Brown, está na hora de escutar um pouco mais e saber que a vida dele não foi marcada só por prisões, brigas e confusões.
A morte no natal de 2006 encerrou uma carreira de mais de 50 anos, porém, o material que James Brown deixou é impressionante em termos de quantidade e justifica um dos apelidos que teve : o homem que mais trabalha no show business. É praticamente impossível determinar quantos discos ele gravou.
É lógico que a ajuda de dezenas de músicos que tocaram com James Brown não pode ser esquecida. Eles colocaram em prática as ideias que o patrão tinha, mesmo quando achavam que elas não faziam muito sentido ou que contrariavam o compasso da música.
Com temperamento forte o Sr. Dinamite, por vezes, também os multavam por erros, atrasos ou falta de cuidado com as roupas.
Entre 1964 a 1975 James Brown era uma das figuras públicas mais conhecidas nos Estados Unidos, tanto que o presidente Lyndon Johnson o agradeceu por doar dinheiro para uma campanha contra a evasão escolar. Mas o rei do funk enfrentou dificuldades quando apoiou a reeleição de Richard Nixon, afinal, era um negro anunciando o voto a um republicano, algo incomum no começo dos anos 70.
A influência de James Brown na comunidade negra só podia ser comparada a dos oradores pelos direitos civis, casos de Martin Luther King, Malcolm X e Jesse Jackson. Nas letras a questão racial aparecia, mas não em tom de reclamação, e sim para exaltar o orgulho, pedir respeito e oportunidades iguais além de incentivar o desejo por uma vida melhor.
James Brown teve problemas com a receita federal e acabou perdendo praticamente tudo. A recuperação começou na década de 80 quando uma geração de dj’s e produtores procurava batidas dançantes, riffs de guitarra repetitivos ou acordes de contrabaixo que se encaixassem num novo estilo chamado rap.
Mas se engana quem pensa que ele só serviu de base para o desenvolvimento do hip hop, artistas como Michael Jackson e Prince, entre outros, já haviam se declarado admiradores da energia que o Sr. Dinamite tinha no palco.
Pois o nome James Brown é a própria história do funk.
Acompanhe esta edição
entre em contato:
musicaecultura@cbncampinas.com.br
produção
Walmir Bortoletto
edição
Paulo Girardi