Atualmente em construção, o viaduto que integra o Corredor Campo Grande do sistema de ônibus BRT, em Campinas, será sustentado por cabos. A estrutura estaiada sobre a Avenida Barão de Itapura, na região da Rodoviária, gera dúvidas entre a população e é considerada cara por especialistas.
Quem trabalha próximo e vê todos os dias o andamento da obra, como Ricardo Almeida, demonstra preocupação com os custos dos trabalhos. Já o diretor da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural, Rafael Timerman, faz uma estimativa sobre os valores gastos. Segundo ele, este tipo de opção pode ser até 50% mais cara do que uma convencional. Porém, exige menos intervenções no entorno.
O secretário municipal de Transportes e presidente da Emdec, Carlos José Barreiro, foi questionado sobre a escolha pela sustentação por cabos. Além de citar justamente os métodos que causam menos transtornos, defende que os valores não foram consideráveis diante da viabilidade.
O viaduto terá 118 metros de extensão por 12,8 metros de largura, com duas faixas de rolamento exclusivas para os ônibus do sistema BRT. A estimativa é de que esteja 80% concluído. A previsão é que seja entregue em junho. O valor do Lote 1, onde fica a obra, é de R$ 88,9 milhões.
Um exemplo de estrutura semelhante é a ponte estaiada de Hortolândia, erguida sobre uma lagoa e estimada em cerca de R$ 77,6 milhões. A ligação começou a ser construída em 2012, nunca chegou a ser usada e atualmente recebe pavimentação para ser inaugurada em maio. A obra é vista pelos moradores dos bairros vizinhos, como o aposentado Luiz Carlos Castro, como símbolo de gastos exacerbados e de descaso.