Para o vereador e presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Campinas, Pedro Tourinho, do PT, a morte de um bebê de seis meses por falta de leito no Hospital Mário Gatti mostra a sobrecarga e a falta de estrutura do sistema. Questionado, o secretário de Saúde, Cármino de Souza, lamentou o ocorrido e reconheceu que os problemas existem, principalmente devido ao aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave em crianças nas últimas semanas.
O recém-nascido com complicações respiratórias estava no PS infantil à espera de uma vaga na UTI. O setor, que tem nove leitos, estava com 15 pacientes. Em nota, a Prefeitura disse que todos os esforços foram feitos para evitar a morte. Mas Tourinho lembra que situações como essa são comuns há alguns anos e cita outros exemplos do que considera falho na rede municipal. Entre eles, a UPA Carlos Lourenço fechada e a relação estremecida entre a PUC e a Administração.
O responsável pela Pasta de Saúde, Cármino de Souza, nega erros na gestão e argumenta que as complicações respiratórias em bebês estão mais graves. Ele cita o aumento de 19 para 55 em duas semanas para explicar a crise atual. Sobre a saturação de leitos, defende que o número cresceu desde 2013, mas justifica que a medida não foi suficiente para atender casos de Campinas e também de outras cidades vizinhas, já que o município é referência regional.
Além do Mário Gatti, outro problema ocorreu no Hospital PUC-Campinas, que suspendeu o atendimento do PS adulto e também infantil pelo SUS por três dias devido à superlotação. Nos locais, muitos pacientes eram tratados no corredor.