Após quase um ano de idas e vindas nos tribunais, o Tribunal de Justiça de São Paulo liberou o Plano Diretor de Campinas, que definitivamente entrou em vigor nesta semana. A decisão abre caminho para uma cidade mais moderna e inteligente, através de um desenvolvimento ordenado da cidade, construções mistas (comércio, serviços e habitação), além de destravar investimentos imobiliários e novos negócios.
A presidente da Associação Regional de Escritórios de Arquiteturas de Campinas (Area), a arquiteta Graça Gargantini, vê com entusiasmo o fim dessa discussão judicial de meses, que praticamente travou Campinas tanto economicamente como urbanisticamente.
Em entrevista a Eduardo Santana, no quadro Panorama Empresarial desta semana, Graça citou que entre as inúmeras vantagens que o Plano Diretor vai proporcionar é a possibilidade de desenvolvimento de regiões de uso misto, com moradias, comércio e serviços.
“Uma cidade com uso misto é muito mais inteligente” explicou. O plano anterior engessava o desenvolvimento da cidade, gerava problemas de espaço e perda de tempo com grandes deslocamentos de casa para o trabalho. “Para uma cidade mais inteligente é preciso fazer com que seus moradores tenham mais facilidade de acesso, morar perto de onde trabalha, de onde compra coisas de primeira necessidade, poder ir a pé para o escritório, fazer percursos mais rápidos. Isso é a tendência de uma cidade moderna e inteligente”.
A presidente da AREA também apontou o adensamento da cidade como outro ponto positivo. “A gente sabe toda a questão de preservação, de meio ambiente, da necessidade de ter cinturões verdes na cidade. Você ter adensamento faz com que não precise crescer no sentido da área rural. Você usa a infraestrutura já existente, a impermeabilidade do solo, água, luz, esgoto. O adensamento é altamente benéfico”
INVESTIMENTOS
Do ponto de vista econômico, a arquiteta também vê positivamente a liberação do Plano Diretor, uma vez que ele permite a instalação de empresas em diversos bairros, coisa que antes estava restrita às áreas específicas. “Você vai ter a possibilidade de ter comércios em diferentes setores, legalizados, com alvarás de funcionamento e segurança jurídica para as empresas.”
Atualmente, grande parte dos empreendimentos, dos comércios, não tem alvará de funcionamento por uma série de questões, dentre elas a operação em bairros residenciais que não permitem estes tipos de atividades, antes considerados poluentes, barulhentos e de impacto á vizinhança. Com a chegada de novas formas de se fazer negócios, estes conceitos ficaram desatualizados, velhos. “Hoje são indústrias de inteligência. E o Plano Diretor prevê conceitos modernos. Ele tem um monte de vantagens, ele é muito mais moderno, a cidade passa a ser limpa”, afirmou Graça.
Texto: Marcelo Oliveira – Assessoria de Imprensa