Nessa edição o quadro Música é Cultura traz um clássico da MPB. É o disco “Meus Caros Amigos ” de Chico Buarque. Acompanhe !
O ano era 1976 o Brasil vivia o regime militar com o seu quarto presidente e Chico Buarque com 32 anos de idade e 11 de carreira lançava um projeto dentro de uma fase de transição em sua carreira, mas que ainda carregava alguma coisa de abafado como ele próprio definiu com o seu lp “ Meus Caros Amigos ”.
Produzido por Sergio Carvalho e com arranjos em sua maioria de Francis Hime. As 11 faixas de “Meus Caros Amigos ” nas quais algumas Chico assina com vários parceiros nos dão conta da sua maturidade como compositor além de trazerem uma sintonia com outras artes como o teatro e cinema.
A canção “ O que será ”, traz uma mistura de ritmos entre o nordeste e o caribe. Foi uma encomenda do diretor Bruno Barreto para “ Dona Flor e seus dois maridos ”, filme baseado na obra de Jorge Amado. Esse clássico da MPB nos presenteia com um dueto histórico de Chico Buarque com Milton Nascimento.
A música “Meus caros amigos” que dá nome ao projeto foi uma carta ao teatrólogo Augusto Boal morto em 2009, que na época estava exilado em Portugal e se queixava de não receber notícias do Brasil. E esse Chorinho teve uma participação ilustre na flauta de Altamiro Carrilho.
Uma marca de Chico Buarque como compositor é conseguir expressar o universo do sexo oposto com estrema destreza. / O que vai de encontro ao momento de libertação feminina que estava em debate na época do lançamento deste projeto.
Criticas sócias e as dificuldades do trabalhador brasileiro também ganharam destaque neste lp. Como a canção tema do filme de Hugo Carvana, que conta a historio de um malandro libertado da prisão.
O garoto que queria cantar como João Gilberto, fazer música ao estilo de Tom e escrever versos nos moldes de Vinícius construiu uma das maiores riquezas que a cultura brasileira já produziu, o que inclui o projeto “ Meus Caros Amigos ”
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musicaecultura@cbncampinas.com.br
produção
Walmir Bortoletto
edição
Paulo Girardi