Uma lei federal determina que o paciente com câncer tenha direito de se submeter ao primeiro tratamento no Sistema Único de Saúde, no prazo de até 60 dias contados a partir da confirmação do diagnóstico. Porém em Campinas, esse prazo não é respeitado e a demora em iniciar o procedimento pode chegar a até 70 dias. A afirmação é da secretária de saúde em exercício, Andrea Von Zuben, que disse ainda que o município não tem estrutura para garantir o cumprimento da legislação.
De todo modo, ela afirma que os casos são avaliados e aqueles apontados com maior gravidade são atendidos em tempo muito menor do que determina a lei. O caso chama a atenção neste Outubro Rosa, uma vez que o número de mulheres mortas por câncer de mama em Campinas aumentou 55% no primeiro semestre, entre 2016 e 2019. Os dados foram fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde. Segundo os números, de janeiro a junho de 2016, a cidade registrou 56 óbitos pela doença. O dado vem em uma crescente e, no mesmo período deste ano, Campinas teve 87 mortes causadas pelo câncer de mama.
A secretária de saúde em exercício de Campinas, Andrea Von Zuben lembra que existem alguns tipos de câncer que apresentam uma evolução mais lenta e que por isso pode esperar um pouco mais. De todo modo, ela reconhece que o município não cumpre o que determina a lei federal. Paralelo a isso, a instalação do Hospital do Amor em Campinas ampliou o número de confirmação de diagnósticos de câncer de mama no município. Houve então um aumento na identificação da doença, mas nenhum investimento no processo de tratamento, como lembrou o vereador Pedro Tourinho, do PT, que é presidente da comissão de saúde da Câmara.
Durante o Outubro Rosa, o Hospital de Amor de Campinas posicionou uma das carretas de mamografia em frente à Sanasa. A unidade oferecerá exames de mamografia e papanicolau gratuitamente.