Foram ouvidas no Fórum de Valinhos 11 testemunhas de defesa e acusação do caso do motorista que atropelou e matou um idoso que participava de um ato do Movimento Sem-Terra em julho deste ano, na Estrada dos Jequitibás.
Leo Luiz Ribeiro, de 60 anos, está preso desde a época do fato. Ele dirigia a caminhonete que avançou sobre um grupo de moradores da ocupação “Marielle Vive”. O pedreiro Luis Ferreira da Costa, de 72 anos, foi atingido e morreu.
As oitivas foram acompanhadas pela juíza Márcia Yoshie Ishikawa. De início, 15 pessoas seriam ouvidas, mas só 11 estiveram presentes na audiência de três horas. Entre os nomes, estavam o filho do réu e integrantes do MST.
O primeiro a falar foi Abner Luiz Ribeiro, que estava com o pai no veículo envolvido no momento do atropelamento. Assim como o réu, ele alegou não ter percebido que o carro tivesse passado sobre o pedreiro.
O homem justificou ainda que Leo acelerou contra os manifestantes somente depois que o utilitário foi atingido por socos, chutes, paus e pedras e que ambos se sentiram ameaçados ao notar que estavam cercados.
Depois de Abner, quem respondeu as perguntas dos advogados diante da magistrada foi Cintia Teixeira, integrante do MST e moradora da ocupação. Ela estava na Estrada dos Jequitibás e viu o atropelamento.
Segundo a mulher, o ato consistia na distribuição de mudas e pedia o abastecimento de água para o assentamento, mas não havia começado quando o fato aconteceu. Ela nega que os manifestantes tenham atacado o carro.
O réu, algemado, esteve presente a partir do quinto depoimento e não foi ouvido. Ele é acusado de homicídio triplamente qualificado e por tentativa de homicídio contra outras 200 pessoas. Cinco delas ficaram feridas.
Duas testemunhas ainda devem depor em Valinhos. Outras duas, de Campinas, devem se manifestar somente por cartas precatórias. A próxima audiência do caso está prevista para acontecer no início de dezembro.