Notificados por agentes da Secretaria de Habitação de Campinas, os moradores do bairro Chácaras Piracambaia, no distrito de Barão Geraldo, reclamam que a operação foi descabida porque o entorno não apresentaria risco.
A ação dos fiscais do Grupo de Controle e Contenção de Ocupações, Parcelamentos Clandestinos e Danos Ambientais no Município foi justificada devido a chance de inundações e alagamentos pelo Rio Atibaia.
No trabalho foram determinadas as paralisações imediatas de todas as construções. José Jussier da Silva teve a casa visitada. Ele conta que o terreno foi adquirido regularmente e detalha que paga impostos e contas.
“Uma chácara dessa, por exemplo, aqui, ela foi comprada. Paga imposto, tudo certinho. A gente tem luz aí, tem poço artesiano e a gente paga tudo direitinho. E quando a gente estava construindo, passaram aí e nunca falaram nada né?”, afirma o músico.
Outra reclamação é sobre a forma que a ação foi feita. Além de avisos afixados, marcações numéricas com tinha vermelha foram riscadas nas paredes das casas. Para José, a atitude configura um desrespeito aos moradores.
“Uma pouca vergonha. Não pode melhorar sua casa, não pode fazer uma garagem. E não é risco de rio. Eu ouvi uma história que deu uma enchente em 1993. De lá pra cá tem muito tempo”, defende ele.
No informe sobre a operação enviado à imprensa, o Grupo de Controle e Contenção de Ocupações detalhou que as cerca de cem moradias visitadas foram demarcadas determinando a imediata paralisação de obras.
Conforme a nota, o objetivo é impedir o adensamento no local, identificado como várzea do Rio Atibaia. Para isso, os técnicos querem as matrículas atualizadas dos lotes para notificar os verdadeiros proprietários.