Câmara debate restrição a animais em áreas públicas

Foto: Flávio Botelho

O projeto do Executivo que prevê a extinção de animais em cativeiro em praças, parques e bosques de Campinas foi debatido na manhã desta segunda-feira em sessão aberta no Plenarinho da Câmara. O debate foi convocado pelo vereador Marcelo Silva, do PSD, integrante da Comissão de Constituição e Legalidade.

O objetivo, segundo o parlamentar, foi ampliar a discussão do tema que tem dividido opiniões. Conforme o que foi exposto por profissionais ligados ao tema, ele acredita que o Executivo não ouviu especialistas para a criação da proposta. “Como sempre, ficou muito claro que veterinários e biólogos não foram consultados. Nem a parte favorável, nem a parte contrária. O prefeito simplesmente fez o projeto e protocolou. E agora cabe a nós fazer o debate”, diz.

Para a bióloga Denise Polidoro, acabar com o conceito de mini-zoológico do Bosque dos Jequitibás vai ser um retrocesso para o município. “Eu acho que Campinas vai se apequenar em relação ao Brasil. Eu acho que o zoológico tem que ter uma nova vertente. Concordo que o hipopótamo, por exemplo, não devia estar lá. Mas trabalhar animais pequenos da fauna silvestre sim, para dar um objetivo didático e educativo para esse espaço”, opina a especialista.

O Bosque dos Jequitibás é o espaço que mais concentra animais em cativeiro em Campinas. Atualmente, o local abriga 200 animais em recintos fechados que já estão em idade avançada. Com a proposta, o local não deverá mais substituir os animais que morrerem. A previsão é que a extinção seja efetivada em 10 anos.

O estudante de veterinária Rodrigo Carvalho Gomes participou do debate e se posicionou contrário à proposta. Para ele, acabar com esse conceito de zoológico vai ser prejudicial não só para a cidade, mas também para os próprios animais. “Não tem outro local pra colocar os animais. Eu acho que o zoológico é a melhor forma e o que tem de fazer é investir mesmo”, afirma o universitário.

O presidente da Associação dos Amigos do Bosque, Alonso Lino de Farias, criou um abaixo-assinado para que os animais sejam mantidos. Segundo ele, se acabar com o zoológico, o local vai perder o público. “Se eu tiro atrativos do parque, eu tiro as famílias. E se eu tiro as famílias, já sei quem vai entrar  no parque”, defende.

De acordo com o vereador Marcelo Silva, o projeto já está tramitando no Legislativo, mas ainda não chegou à Comissão de Constituição e Legalidade e por isso está sendo debatido com a população e com especialistas para evitar  “surpresas desagradáveis”.

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