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Vereador de Paulínia é suspeito de coagir testemunhas

Foto: Danilo Braga

A prisão preventiva decretada contra o vereador de Paulínia, Tiguila Paes, do Cidadania, foi pedida pelo delegado titular da Polícia Civil do município, Rodrigo Galazzo, devido às suspeitas de coação de testemunhas.

Galazzo explica que foi procurado duas vezes nos últimos dias. Na primeira, ouviu relatos de que pessoas envolvidas no processo sobre golpes em vendas de terrenos teriam mentido sobre o envolvimento do parlamentar.

Depois, ouviu de uma dessas testemunhas que ela teria sido ameaçada para alegar que o depoimento original era falso. Com base nisso, solicitou a medida cautelar por tempo indeterminado como garantia de integridade.

“Pra se apurar quem são os responsáveis pelas ameaças, ou levar as ameaças à testemunha, que afirmou que as pessoas foram a mando dele. A medida cautelar serve pra que se impeça que as testemunhas sejam ameaçadas”, esclarece Galazzo.

A prisão preventiva foi decretada pela Justiça e o vereador deveria se entregar na Delegacia Seccional de Campinas até o início da tarde desta quinta-feira, mas não compareceu ao local. A defesa alegou que ele estava viajando.

Tiguila é considerado foragido e é réu em um processo que corre em segredo. Ele foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de organização criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro. Os crimes ocorreram entre 2014 e 2015.

A segunda promotora de Paulínia, Verônica Silva de Oliveira, detalha que o caso tem outros 16 denunciados por aplicar golpes em ao menos 53 vítimas. Segundo ela, a prisão foi pedida para evitar danos ao processo em questão.

“Então isso é um crime. Isso é coação no curso do processo. Visa tumultuar todo o processo, visa a dificultar a aplicação da lei penal. E por isso nós pedimos a prisão do vereador, porque ele estaria praticando esses atos”, afirma a promotora.

Segundo a investigação, Tiguila e os outros envolvidos, inclusive servidores, enganaram várias famílias por meio da simulação de venda de casas no residencial Pazetti e em outros empreendimentos de Paulínia.

De acordo com os promotores, as vítimas foram atraídas pelo preço acessível, pela desburocratização e pela chance de parcelamentos. No dia 24 de outubro, como parte desse processo, a Justiça já tinha bloqueado os bens do vereador.

O advogado dele, Juan Felipe Camargo Coimbra, afirmou que entrou com um pedido de habeas corpus. Já a assessoria do parlamentar se manifestou. Na nota, diz que ele “é inocente, vítima de acusações mentirosas e que provará à Justiça tais inverdades”.

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