A indústria brasileira começou bem o quarto trimestre de 2019. A produção cresceu 0,8% em outubro, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, divulgada no último dia 4 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A indústria já tinha avançado 0,3% em setembro e 1,3% em agosto, acumulando uma expansão de 2,4% nos últimos três meses – no ano até outubro, porém, ainda há queda de 1,1%. Uma sequência de crescimento por três meses seguidos não era vista desde o fim de 2017, lembrou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
O bom desempenho recente interrompe um comportamento errático que a atividade industrial vinha apresentando desde 2018, apontou o IBGE. O crescimento em outubro ante setembro foi mais disseminado entre as atividades pesquisadas do que tinha ocorrido nos dois meses anteriores. Em outubro, 14 dos 26 setores investigados registraram expansão. Tanto em agosto quanto em setembro, apenas 11 atividades tiveram crescimento.
Na passagem de setembro para outubro, as principais influências positivas sobre o total da indústria foram de produtos alimentícios (3,4%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (11,2%). A fabricação de alimentos foi impulsionada por açúcar, carne bovina, carne de aves, derivados da soja e suco de laranja. Embora o açúcar tenha sido o destaque no avanço da produção alimentícia, a demanda chinesa por carnes brasileiras ajudou na expansão dessa atividade industrial em outubro.
Segundo Rui Rabelo, diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e consultor de empresas, entrevistado desta semana do quadro Panorama Empresarial do Programa Um a Um com Eduardo Santana, o Brasil enfrenta um quadro preocupante nos últimos anos, com uma crise iniciada em 2011 e que se estendia até agora. “Este crescimento é um grande alento para os empresários da indústria, comércio e profissionais liberais”.
Na sua visão, o Brasil necessita de crescimento, com um nível de desemprego extremamente alta e a indústria e a grande força motriz para a economia de qualquer país. “Quando ela começa a dar sinais de recuperação, é sinal de que os outros setores começam a se alinhar.
Para ele, ainda é cedo para falar de otimismo. “O brasileiro está muito pé no chão, com cautela”, disse. “Analisando o mercado, acho que tem um cenário cíclico que aponta para a recuperação. Mercado se ajustou, governo tomou medidas que indicam para o caminho certo. Teremos o ano que vem próspero e de crescimento”, completa;
Texto: Marcelo Oliveira – Comunicação Estratégica Campinas – Assessoria de Imprensa do BNI Planalto Paulista