O vereador Nelson Hossri , do Podemos, foi ao Ministério Público contra o prefeito Jonas Donizette, do PSB. Na representação, fala em atos de improbidade por abuso de poder, desvio de finalidade e violação constitucional. Os secretários de Cultura, Ney Carrasco, e de Recursos Humanos, Elizabete Filipini, também foram citados na denúncia. A causa seria a retaliação sofrida por uma pessoa da família do parlamentar, que foi transferida sem motivação.
Servidora municipal efetiva da Cultura desde 2003, a mulher que não teve o nome divulgado, recebeu o comunicado de que seria realocada para trabalhar no Espaço Cultural Maria Monteiro, localizado no bairro Vila Padre Anchieta. A medida foi tomada um dia depois de Hossri propor no Legislativo a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito da Guarda Municipal. Por esse motivo, ele vê perseguição de Jonas e diz que o prefeito partiu para o ataque pessoal.
“O prefeito, na verdade, não gosta de ser fiscalizado. Eu fiscalizo de forma rigorosa, mas ele não encontra saída pra me retaliar. Então ele partiu pro lado pessoal e foi mexer com um parente, que é uma servidora de carreira”, justifica.
Além de relatar os fatos, o vereador anexou ao pedido feito ao MP a transcrição de um áudio registrado em cartório de uma conversa entre a servidora e o secretário de Cultura, na qual ele admite não concordar com a transferência. No áudio gravado pela servidora, o responsável pela Pasta, Ney Carrasco, elogia a funcionária, alega não ter qualquer queixa, e ainda afirma estar incomodado com a decisão. O material foi enviado à produção da CBN (trecho abaixo):
Carrasco: “Eu gosto muito de você e detesto ver esse tipo de coisa acontecendo”
Servidora: “Agora…, qual é o motivo, Ney?”
Carrasco: “Pois é, é… eu imagino, eu não tenho certeza mas eu imagino que seja o que você imagina também, né?”
Mas além de citar Jonas e Carrasco no documento, Nelson Hossri também incluiu a secretária de Recursos Humanos na solicitação de investigação, já que foi ela quem assinou o documento de transferência entregue à servidora.
Questionada, a Prefeitura respondeu em nota que a transferência de servidores “é uma ação cotidiana” e alegou que os secretários são responsáveis pelas equipes “de acordo com o interesse e necessidade da Administração Municipal”. Por fim, justifica que “caso o Ministério Público decida pela abertura do inquérito, a Prefeitura prestará todos os esclarecimentos necessários”.