Um coletivo de ciclistas de Campinas continua mobilizado após denúncia ao Ministério Público sobre o Plano de Mobilidade Urbana de Campinas feito no ano passado. Um dos participantes, o ciclista e ativista Luis Carlos Rosa, alega haver irregularidades no plano, que, segundo ele, foi elaborado sem a participação da sociedade, e não contempla a promessa de entregar 100 km de ciclovias.
De acordo com a denúncia, o Plano da Prefeitura também não considera a realidade atual da ciclomobilidade, por não incluir a periferia e construir ciclovias apenas para o lazer, sem considerar a mobilidade urbana. Os 36 km de corredores do BRT, que é a principal obra viária de Campinas, não contemplaram o modal cicloviário. De acordo a denúncia, o prefeito Jonas Donizette, do PSB, cometeu irregularidades por ter eliminado a ciclovia, que estava prevista em lei, no planejamento do novo sistema de ônibus.
Além da denúncia enviada ao MP, o coletivo organiza uma Bicicletada da Descomemoração. O ato, marcado para o dia 30 de janeiro, com início às 21h, no Largo do Rosário, inclui um protesto em frente à Prefeitura de Campinas, na Avenida Anchieta, com fechamento da via em frente ao Paço Municipal.
A Emdec informou em nota que o Plano de Mobilidade Urbana de Campinas foi elaborado, estritamente, com base na legislação vigente, atende aos princípios da Política Nacional de Mobilidade Urbana e está alinhado ao Plano Diretor Estratégico e à Lei de Uso e Ocupação do Solo. No âmbito da ciclomobilidade, alega que o plano prevê o desenvolvimento de malha cicloviária que possibilite a integração ao transporte público coletivo.
Sobre não haver ciclovias ao longo dos corredores do BRT, a Emdec alega que o motivo é a segurança nos deslocamentos dos ciclistas e a devida integração do uso da bicicleta com o transporte público coletivo. Por fim, argumenta ainda que Campinas acumula mais de 30 km de ciclovias, o que equivale a três vezes o total de ciclovias entregues até janeiro de 2013.