A eleição para definir a presidência e a vice-presidência do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Campinas para os próximos dois anos foi suspensa e terá que ser remarcada após um impasse gerado por uma série de questionamentos. A decisão de suspender o pleito foi proposta pela mesa diretora após sugestão da maioria dos participantes. Muitos conselheiros questionavam a candidatura do então promotor de Justiça João Luiz Portolan Galvão Minnicelli Trochmann.
Condenado a cinco anos de regime semiaberto por tentar matar a ex-esposa com um tiro no rosto em 2002, Galvão começou a cumprir a pena em 2018, quando renunciou à presidência do Comdema, mas voltou a se inscrever para a disputa. Só que a falta de um documento oficial que comprovasse a aptidão dele para concorrer à presidência e os protestos sobre a legalidade ou não da candidatura de um condenado agitaram a reunião antes do início efetivo da votação aberta.
Uma faixa contra o feminicídio foi aberta por mulheres participantes do encontro e a Chapa Verde, liderada pela ADunicamp, também decidiu se retirar do pleito após não ter o pedido de impugnação do grupo adversário avaliado. Enquanto isso, o candidato questionado se pronunciou, disse não ter nenhum impedimento para participar da eleição e preferiu manter a candidatura da Chapa Compromisso Ambiental mesmo após sugestão da maioria dos presentes.
O impasse durou mais de duas horas e se encerrou depois que a mesa presidida por uma representante da Prefeitura propôs duas opções aos conselheiros: votação aberta de chapa única, ou suspensão e convocação de uma nova eleição. A última proposta, que incluía a formação de uma nova comissão eleitoral e a prorrogação do mandato da presidência atual, recebeu 21 votos. A outra, três. Com isso, as definições ficaram para a reunião marcada para o dia 22 de janeiro.
