*Prisma empresarial: toda última sexta-feira de cada mês, o Prisma CBN recebe um convidado para debater o cenário econômico.
Entrevista: Leandro Las Casas e Guilherme Pierangeli
Texto: Leandro Las Casas, Guilherme Pierangeli e Henrique Bueno
Professor e diretor-geral da Faculdade São Leopoldo Mandic, José Luiz Cintra Junqueira reconhece que a instituição sentiu os reflexos da crise econômica dos últimos anos na procura pelos cursos de Odontologia e Medicina e admite que o baixo poder aquisitivo das pessoas no período resultou também no aumento da inadimplência. Na opinião dele, a situação foi parecida em outras universidades e faculdades particulares e por isso alega que a postura foi de humildade diante das dificuldades. “O impacto negativo que nós tivemos foi proporcional ao impacto negativo que uma loja de produto de varejo teve, ou que um banco teve. Nós sofremos o impacto, porque as pessoas não tinham como pagar o nosso produto, que é a Educação”, detalha.
Atualmente, no entanto, atesta que o momento é outro, vê o otimismo como receita e não economiza elogios ao ministro da Economia, Paulo Guedes. “Ele é um gênio, é correto e tem uma visão holística do mundo. E eu acho que o brasileiro deveria rezar todo dia pra ele. É o único capaz de alavancar a economia, seja qual for o seu posicionamento político”, crava o professor (confira em vídeo um trecho da entrevista em podcast).
Ao ser questionado sobre a importância do Brasil no cenário acadêmico e científico, defende os pesquisadores do País, mas identifica uma diferença evidente nos investimentos materiais feitos por outros países. “O Brasil é competitivo com ‘as cabeças’ ótimas dos nossos cientistas. Tanto que um dos grandes problemas das instituições, principalmente públicas, é a evasão dessas ‘cabeças’, a chamada ‘fuga de cérebros’”, identifica. Para José Luiz Junqueira, diante dessa realidade discrepante e desequilibrada, a perda dos pensadores resulta também na perda do que foi gasto pelo governo na formação e especializações desses profissionais. “O americano chama pra ganhar US$ 20 mil por mês e o pesquisador brasileiro vai com a família inteira. E aí ele deixa para trás um vazio e leva as conclusões dos estudos para um país mais preparado tecnicamente”, alega em tom de lamentação.