Entrevista: Leandro Las Casas e André Berenguel
Texto: Leandro Las Casas, André Berenguel e Henrique Bueno
Diretor da regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, o Ciesp, José Nunes Filho é enfático ao defender a necessidade de uma solução para o impasse envolvendo o Aeroporto Internacional de Viracopos, que elogia, defende e vê como primordial para o desenvolvimento contínuo e completo da região metropolitana.
Há mais de dois anos envolvido em uma crise, com capítulos judiciais e dificuldades de chegar a acordos com os credores, o terminal de Campinas pode ser relicitado e atualmente é foco de um imbróglio entre a Agência Nacional de Aviação Civil e a concessionária Aeroportos Brasil, que venceu a disputa e é responsável pelo local desde 2012. Naquele ano, iniciou a construção do novo terminal de passageiros, projetado para ser entregue antes da Copa do Mundo de Futebol de 2014, promessa que não foi cumprida e resultou em uma multa milionária. Ao longo da concessão, porém, outras dívidas foram se acumulando.
Ao ser lembrado sobre o histórico recente do aeroporto, o diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, José Nunes Filho, faz coro à operadora do terminal, critica a forma como a concessão foi feita e atribui a culpa pelo fiasco ao Governo Federal, que entende ter vendido uma previsão irreal de aumento no número de passageiros e de volume de cargas (confira no vídeo uma parte da entrevista em podcast).
Indagado sobre a expectativa para a economia em 2020, o diretor do Ciesp foge um pouco dos números que costuma divulgar e analisar com base nas pesquisas sazonais de sondagem industrial, foca no otimismo dos empresários e detalha qual comportamento espera ver por parte dos investidores internacionais. Além disso, dispara contra os benefícios recebidos por políticos e servidores de estatais e se mostra favorável às recentes mudanças nas normas trabalhistas.
Para Nunes, que aprova os rumos econômicos tomados desde o governo Temer, Jair Bolsonaro teve um bom primeiro ano, principalmente por conta da aprovação da Reforma da Previdência. Porém, deveria adotar ainda uma série de medidas que poderia fazer o Brasil crescer e, com isso, combater o desemprego, atualmente na casa dos 12 milhões.