Os moradores da região onde fica a Escola Municipal de Ensino Fundamental Odila Maia Rocha Brito, no Jardim São Domingos, estão ansiosos por uma definição sobre a implantação da escola cívico-militar. Esta unidade de ensino foi escolhida para receber o programa do Governo Bolsonaro, que prevê a presença de militares da reserva das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares da ativa, que vão atuar na gestão educacional.
O avanço do programa no local, no entanto, perdeu o ritmo desde o dia 18 de dezembro, quando uma consulta popular foi anulada pela 2ª Vara da Fazenda Pública de Campinas, que aceitou o pedido de liminar da Promotoria de Infância e Juventude de Campinas. A promotoria alega que o processo precisa de um debate maior com a sociedade, antes da votação.
Para o morador Luciano da Silva, o debate com a população poderia ajudar a definir um posicionamento na própria família dele, que está dividida sobre este tema. “Minha mulher é contra. Eu acho que é uma boa, porque a escola ficaria melhor. E sou a favor até de implantar em todas as escolas”, alega. O Ministério da Educação informou que, caso não haja esta consulta popular, Campinas vai ficar fora do programa. Essa possibilidade preocupa Sebastião Batista, que mora no bairro São Domingos, em frente à escola. “A gente vê o vandalismo no horário de entrada e saída. Tem briga às vezes. Então, se implantasse, ia favorecer a segurança também”, defende.
Campinas é a única cidade do estado de São Paulo a receber o modelo cívico-militar. A Secretaria Municipal de Educação vai recorrer da decisão que suspendeu a votação que definiria se a Escola Odila Maia Rocha Brito vai ou não fazer parte do programa. A Prefeitura escolheu esta escola do Jardim São Domingos por ela estar em uma área de vulnerabilidade e ter baixos índices em avaliações de desempenho dos alunos. O MEC prevê destinar R$ 54 milhões para levar a gestão cívico-militar para 54 escolas, sendo R$ 1 milhão para cada instituição de ensino.